quarta-feira, 2 de março de 2011

Aprendizagem



Ontem pediu para falar comigo...e pela primeira vez ouvi não o menino de 16 anos, mas sim o rapaz de 16 anos. Explicou-me que não gostava da área de estudo, que queria mudar, o porquê, tudo fundamentado e explicito. Não estava confuso. Era um passo medido, estruturado e certo, já. Explicou.me o que iria fazer e os passos que contava dar.
À medida que ele ia falando, vieram-me as lágrimas aos olhos. Contive-me.

Tudo o que eu lhe ensinara, estava ali. Depois da morte do meu irmão, prometi a mim mesma que a vida nunca teria para mim só uma estrada em linha recta, sem saídas. Para mim sempre será importante saber que posso tomar outro caminho, ver outras paisagens, parar sempre que quiser, ser feliz. Quando ele nasceu, foi a primeira coisa em que pensei; Estou cá para o ajudar, estarei sempre presente, mas se ele não souber que está na mão dele mudar a sua realidade, alterá-la e que o pode fazer sempre, sempre, nada poderei fazer nunca.

E aqui estava. O rapaz responsável para com a sua vida, a sua vontade, a sua felicidade, está a despontar. Tudo o que não nos faz feliz, deve ser alterado, sempre que possivel. Não serve de nada ir tapando e fazer de conta que não é nada. Nunca dá resultado.
É isto que está certo, o enfrentar, o procurar outras soluções. Procurar na estrada as placas de saída para outros destinos.

O meu menino cresceu. O que para outros pais seria problemático, é de certa forma para mim uma vitória. Consegui passar-lhe uma Ferramenta de vida, a melhor de todas elas.

Agora o que espero é conseguir aceitar e respeitar ao longo da vida todas as suas escolhas. Temos homem.

1 comentário:

  1. Compreendo-te quando ficaste comovida. Eu própria também fico, e os meus são ainda tão pequeninos...
    Mãe é assim.

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